Obras de arte atemporais, monumentos arquitetônicos, ficar cara a cara
com o papa
por Eduardo Jun Marubayashi
Fonte: viajeaqui
Conheça
os passeios e atrações obrigatórios no Vaticano, em Roma. De monumentos
históricos a obras-primas da Renascença talhados por mestres como Michelangelo,
Rafael e Bernini, de joias arquitetônicas à chance de ser recebido pelo papa em
pessoa, o viajeaqui fez uma seleção com alguns dos principais destaques do
menor estado do mundo.
Baldaquino de Bernini
No
encontro da nave com o transepto da Basílica de São Pedro, exatamente sob a
massiva cúpula de Michelangelo, um elegante dossel de bronze cobre o altar
papal. Ainda mais importante, ele marca o túmulo onde está sepultado Pedro, o
pescador da Galileia que tornou-se o primeiro papa. Projetado por Bernini sob
encomenda de Urbano VIII, ele utilizou bronze vindo das portas do Panteão em
sua fundição. Não deixe de ver os belos efeitos de luz que atravessam as
colunas salomônicas.
Juízo Final, de Michelangelo
O
afresco que cobre a grande parede ao fundo da Capela Sistina é singular.
Aqui
está um Jesus musculoso, poderoso, sem a barba. Uma imagem iconoclasta que
Michelangelo produziu em sua maturidade, vinte anos após o teto da Capela
Sistina. Ela reflete muito da atmosfera de incerteza de seu tempo, após o saque
de Roma de 1527. Apocalíptico, severo, um tanto sombrio.
Galeria dos Mapas
Ao
adentrar o segundo andar dos Museus do Vaticano, um dos primeiros salões a
serem visitados é um grande corredor, com tetos e paredes tomados por afrescos
de mapas e momentos históricos da Igreja. Por suas janelas é possível espiar
parte dos jardins.
Pietà, de Michelangelo
A
maioria dos visitantes que vai à Basílica de São Pedro segue direto em busca da
Pietà. A comovente estátua de Maria com o Cristo morto é de poderosa
plasticidade. Obra de um jovem Michelangelo, após um atentado a estátua passou
a ser protegida por uma parede de vidro. Fica logo à direita da entrada.
Cúpula de Michelangelo
O
magistral domo que cobre o Baldaquino é obra de Michelangelo, seguindo técnicas
utilizadas no Panteão de Roma e na Catedral de Florença, de Brunelleschi. A
lanterna superior é de inigualável leveza, enquanto sua escala é simplesmente
monumental. Note os mosaicos que representam os evangelistas, sobre as
gigantescas colunas: somente a pena na mão de São Lucas tem cerca de 1,5 metro.
O
domo é iluminado por 16 janelas e uma lanterna central sobre o óculo.
Escadarias de Giuseppe Mormo
Muito
antes de Frank Lloyd Wright conceber sua galeria em rampa no icônico museu
Solomon R. Guggenheim de Nova York, Giuseppe Mormo desenhou esta escadaria
estupenda em espiral, nos Museus do Vaticano. Na realidade, são duas escadas:
uma que sobe e outra que desce, feito uma molécula de DNA. A forma orgânica e
funcional é uma das últimas adições ao Vaticano, levantada na década de 1930.
Biblioteca do Vaticano
Com
mais de 150 mil volumes, a Biblioteca Apostólica guarda alguns dos mais
preciosos livros, documentos, cartas e registros escritos do Ocidente. Após uma
extensa reforma para modernização, melhoria das condições de conservação e
segurança e recuperação dos afrescos da Sala Sistina (foto; não confundir com a
Capela Sistina, ambas construídas sob ordens do papa Sisto IV), ela está
novamente aberta ao público. Ao menos, em termos. A rigorosa permissão de
acesso à biblioteca de Nicolau V, inaugurada no século 15, só é dada, na
maioria das vezes, a acadêmicos e pesquisadores.
Colunata de Bernini, Praça de São Pedro
Abraçando
a Praça de São Pedro, onde um obelisco egípcio pousa em seu centro, há duas
séries semicirculares de imensas colunas dóricas. São 284 no total,
acompanhadas por 140 estátuas instaladas no topo dos longos corredores. Além da
monumentalidade do conjunto, o mais interessante por aqui é observar o vai e
vem de pessoas. Sacerdotes e noviços apressados, turistas embasbacados, todos
se apequenam na grande praça.
Escola de Atenas, nas Salas de Rafael
Sem
querer, muita gente deixou de ver esta obra-prima. Tal é a profusão de
afrescos, quadros, esculturas e objetos históricos nos Museus do Vaticano que a
Escola de Atenas, de Rafael, pode passar despercebida. Ela está na Stanza della
Segnatura, um dos quatro cômodos encomendados pelo papa Júlio II com pinturas
do mestre renascentista, originalmente utilizada como sua biblioteca.
A
pintura retrata alguns personagens-chave da filosofia e pensamento clássico
gregos: Platão, Sócrates, Pitágoras, Diógenes e Aristóteles, entre outros. O
próprio Rafael se incluiu na obra.
Na
mesma sala também está outra obra marcante, A Discussão do Santíssimo
Sacramento, produzida entre 1508 e 1511.
Ver o Papa
Não
é nada difícil ir a Roma e ver o Santo Padre. As celebrações litúrgicas, na
Basílica de São Pedro, necessitam de convites e acontecem de duas a quatro
vezes ao mês, em intervalos irregulares. Já o Angelus, aberto ao público, é
promovido todos os domingos e em algumas ocasiões especiais, na Praça de São
Pedro.
Mais
detalhes no verbete Audiência Papal.
Teto da Capela Sistina
Simplesmente
arrebatador. O Adão letárgico, com seu dedo frouxo, é puro contraste quando
comparado ao Deus enérgico e impetuoso. Entre eles, o mais belo intervalo da
história da arte, o quase-tocar que separa o humano do divino.
Mesmo
cercado de afrescos de Ghirlandaio, Botticelli e Perugino, que seriam o
destaque em qualquer igreja do mundo, todos os turistas aqui têm suas atenções
voltados ao teto. Dá um torcicolo danado, mas compensa pela poderosa beleza, as
cores originais ressurgidas e a atmosfera litúrgica (tente esquecer a
multidão).
É
sob este teto que acontece o conclave, a eleição dos papas.
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