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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Rússia


Fonte: Maria Izabel Reigada / Panrotas edição 49

Cheia de contrastes em relação ao Brasil, mas também consigo mesma, a Rússia tem suas duas maiores cidades – Moscou e São Petersburgo – dois bons exemplos disso.


Com dimensões continentais, como o Brasil, a Rússia é o maior país do mundo, dono de área geográfica com dobro do tamanho da brasileira. Nesse espeço dividido por 11 fusos horários, vivem cerca de 150 milhões de habitantes que movimentam uma das dez maiores economias do mundo, responsável por encaixar a Rússia ao lado do Brasil entre os BRICS, conjunto de economias emergentes formado pelos dois e também por China, Índia e África do Sul.

Explorando São Petersburgo

Daí em diante são só diferenças com o Brasil. Visitar as duas maiores cidades russas mostra isso. "É uma visita a dois países" (pode-se dizer): Moscou, a dinâmica capital, e São Petersburgo, a cidade construída pelos czares, os ‘imperadores russos’, em 1703.

Mesmo com 5,5 milhões de habitantes, São Petersburgo não parece a metrópole que é. Planejada, a cidade teve sua construção inspirada em Amsterdã e suas amplas ruas estão ora separadas por canais, ora ligadas por pontes. Além de espalhada pelas margens do rio Neva, São Petersburgo também se estende por ilhas ao longo do rio, que congela no inverno.




E se diferenças são grandes entre as duas cidades, são imensas quando se compara a mesma São Petersburgo no inverno e no verão, afinal, as temperaturas caem a menos de 30o C na estação fria e podem subir a 30o C no verão. Branca no inverno, São Petersburgo vê o seu rio congelar e vive a rotina do horário de suas pontes levadiças – que ficam erguidas durante a madrugada, impedindo a passagem entre as margens do rio. Se as pontes marcam a hora do inverno, só mesmo o relógio para dizer o horário no verão, quando a cidade tem as conhecidas noites brancas. As noites brancas, que dão nome ao conto de um dos mais famosos escritores da cidade (e da Rússia), Fiodor Dostoievsk, são um fenômeno no qual as noites não escurecem completamente, dada a posição geográfica de São Petersburgo.




Nos dias sem-fim do verão, não há dúvidas: a cidade deve ser conhecida em longas caminhadas. Mesmo no inverno, elas valem a pena – não à toa São Petersburgo dispensa aqueles corredores subterrâneos quem ligam ruas, centros comerciais e financeiros das cidades no extremo do Hemisfério Norte. Seria um desperdício não observar tudo o que a megalomania mandou construir por ali. Não havia medida de exagero para a grandiosidade e o luxo sonhado pelos czares, a começar por Pedro, o Grande, que mandou construir São Petersburgo.

Toda a cidade é repleta de palácios. Eles não têm a imagem clássica dos castelos de contos de fadas, mas todos eles esbanjaram o luxo digno das histórias que escapam à realidade. Hoje, esses palacetes converteram-se em edifícios públicos, hotéis, hospitais, centros comerciais e residências. Há de tudo nos antigos palácios, construídos por diferentes czares, com 27 quilômetros de corredores e galerias. Estima-se que um visitante que parasse um minuto observando cada obra de arte levaria algo em torno de três anos para visitar todo o acervo.

Passeios de barco são uma das boas opções para explorar São Petersburgo.

Os atuais turistas podem se misturar com a população local na Avenida Nevski, uma das artérias de São Petersburgo. Foi uma das primeiras vias abertas na cidade, tem excelentes restaurantes, livrarias, cafés, algumas das lojas mais caras, centros comercias e, o melhor: é atravessada por vários canais, com pontes ligando os dois lados da mesma rua. É o canal Griboedov que possui o maior número de pontes, e também a atmosfera mais retrô, onde o visitante pode voltar às páginas das histórias de Dostoievsky e Leon Tolstoi facilmente. A menor de todas as ponte, a Ponte dos Leões, tem os grandes felinos em granito como adornos.

Algumas atrações da cidade:

Catedral da Virgem de Kazan
Abriga uma das mais idolatradas relíquias da igreja ortodoxa Russa, imagem da Virgem de Kazan. Foi transformada em Museu do Ateísmo pela revolução russa de 1917 e hoje abriga o Museu das Religiões.


Fortaleza e Catedral de São Pedro e São Paulo
Praticamente as únicas construção da ilha de Zaiatchi, as primeiras de São Petersburgo em meados do século 18. Nos séculos 19 e 20 suas paredes transformaram-se em prisões e receberam russos como: Pedro o Grande, Catarina a Grandec, czar Nicolau 2o e sua família...


Museu Estatal Russo
Antigo Palácio Mikhailovski. Inaugurado em 1898 o museu orgulha-se de relíquias russas e obras de vanguardistas russos como Kandinski, Pavel Filonov, Malevitch.


Praça e Catedral de Santo Isaac
A praça em frente a Catedral separa do Palácio Mariinski, uma das obras-primas da arquitetura czarista.Na praça, o imponente monumento do czar Nicolau 1o. A Catedral pode receber até 14 mil pessoas em seu interior. É possível subir  a cúpula, para se ter imagem única da cidade.


Templo do Cristo do Sangue Derramado
Um dos edifícios mais clássicos da arquitetura ortodoxa de São Petersburgo. As cúpulas em formato “acebolado” ou “chamas de fogueira” são comuns cartões postais da cidade.


Palácio de verão
Não havia limite para o luxo czarino. Não satisfeita com o conjunto palaciano que hoje forma o Museu Hermitage, Cataria, a Grande, assim como Pedro, antes dela, mandou construir seu palácio de verão ao sul de São Petersburgo. Peterhof, onde está o palácio de Pedro, o Grande, é Patrimônio da Humanidade da Unesco. É uma espécie de Versalhes russa. O palácio de verão de Catarina tem 300 metros de fachada, acabamentos que consumiram mais de 100 quilos de ouro e relíquias como a Sala de Âmbar. Além disso, 100 hectares dos jardins são um espetáculo à parte na primavera.



Moscou moderna

Ao contrário da imagem propagada durante anos da Guerra Fria, Moscou não é uma cidade cinza, de edifícios sisudos e skyline pontuado por chaminés de fábricas. Conhecido como “arquitetura funcional”, o estilo de construções de período soviético tem como principal característica a austeridade. E é uma contradição em si. A começar pelas impressionantes Sete Irmãs de Stálin entre 1947 e 1953. Dois deles abrigariam hotéis, outro seria a principal universidade da capital russa, dois seriam residenciais e outros dois tornaram-se endereço dos ministérios dos Transportes e das Relações Internacionais.




Assim como o skyline de Moscou, que pode ser apreciado em um passeio pelo Moskva, rio que atravessa a cidade, ou do alto. Para apreciá-lo do alto, uma das melhores visitas da cidade é para o icônico Kremlim, que pode ser observado do restaurante e bar O2, no alto do Ritz-Carlton Moscow, hotel separado da Praça Vermelha apenas por uma larga avenida. De dia ou à noite, a vista que o O2 oferece para a praça é um privilégio. Ver Moscow do alto deve fazer parte da visita de todo grupo à capital russa.

Além do O2, o restaurante Kalina Bar é outra opção. Com poucas mesas externas, o restaurante, de vidro, tem vista para toda a cidade. De um lado, o burburinho dos edifícios mais modernos, pontuado pela silhueta de algumas das Sete Irmãs de Stálin. Do outro, o rio Moskva, com suas verdes margens, e o Hotel Radisson, instalado em um dos edifícios de Stálin, talvez o mais importante deles, ao lado da Universidade de Moscou.

É bastante fácil perder-se no metrô de Moscou. São mais de 200 estações espalhadas por 12 linhas que cobrem cerca de 300km, que mesmo com um mapa, corremos o risco de embarcar num vagão no sentido contrário do desejado. Mas, ainda bem. É que o metrô de Moscou é um endereço onde perder-se por um par de horas pode ser um verdadeiro achado.

Construído por Joseph Stálin nos anos 1930 (primeira linha vermelha inaugurada em 1935), o metrô de Moscou tem um grande M maiúsculo para sinalizar as estações do lado de fora. Os guichês para compra de passagens (19 rublos ou aproximadamente US$0,60) são discretos, como o exterior das estações. Ao final das esteiras e escadas rolantes o visitante depara-se com verdadeiras surpresas: obras de arte.




Extremamente limpas, apesar do fluxo de cerca de oito milhões de passageiros ao dia, que faz o metrô de Moscou o dono da maior densidade de passageiros do mundo, as estações são obras de arte. Principalmente as da linha vermelha.

A decoração é em estilo palaciano, com lustres suntuosos e obras de arte de todo o tipo. Profundas, as escadas rolantes desembocam em amplos espaços iluminados e dignos de fotografias, muitas fotografias!

A rede conecta a região central aos bairros periféricos e funciona das 5h30min à 1h da manhã, todos os dias, com trens que passam pelas estações a cada minuto e meio.

Algumas atrações de Moscou:

Bunker 42
É possível visitar um dos abrigos nucleares construídos por Stálin. A 65 metros de profundidade, o Bunker 42 foi construído para casos de ataques inimigos e adaptado para evitar, inclusive, as ameaças dos anos de Guerra Fria. Hoje, a sala secreta de onde poderiam ser disparados mísseis com armas nucleares está aberta a visitantes de todo o mundo.



Galeria Tzeretelli
A cozinha russa é diversa e rica. Entre as mais populares está a culinária da Geórgia e um dos melhores locais para saboreá-la é o restaurante da Galeria Tzeretelli, uma galeria de arte com esculturas onde se destacam a grande maça no centro – a Maça das Tentações, cujo interior pode ser visitado – e a família dos Romanov, a última dinastia de czares russos.


Praça Vermelha
Famosa pelos desfiles militares, separa Moscou do Kremlim (centro histórico). Grandes ruas de Moscou partem da praça, considerada o ponto central da cidade. A torre do relógio e o mausoléu de Lenin são atrações de lá, quase ofuscadas por seu astro-rei: a Catedral de São Basílio.


Parque Gorki
Além de uma bela área verde, o parque tem o Museu da 2a Guerra Mundial e o famoso Obelisco da Vitória: uma aula de história que vale a pena.


Que tal?



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